A Polícia Internacional (Interpol) já negou anteriormente dois pedidos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para inclusão na lista vermelha, que é o alerta internacional para prisão, referentes a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio. Em ambos os casos, a Interpol alegou falta de informações suficientes ou motivação política para recusar os pedidos.
No entanto, nesta quinta-feira (5), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi incluída na lista vermelha da Interpol a pedido do ministro Moraes. A inclusão é uma etapa preliminar que visa viabilizar um pedido formal de extradição, que ainda ará por análise detalhada da organização sediada em Lyon, na França.
A decisão da Interpol de incluir Zambelli na lista ocorre em meio a uma investigação e condenação da deputada por crimes como invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, conforme sentença do STF. Contudo, especialistas apontam que a extradição pode enfrentar obstáculos jurídicos, já que os crimes pelos quais Zambelli foi condenada não constam expressamente no tratado de extradição entre Brasil e Estados Unidos4. Além disso, Zambelli não é cidadã americana e poderá tentar obter asilo político, o que complicaria ainda mais o processo.
O pedido de prisão preventiva contra Zambelli foi determinado por Moraes após ela deixar o país, e a inclusão na lista vermelha da Interpol torna a deputada oficialmente procurada internacionalmente. A Interpol, porém, mantém regras rígidas para evitar envolvimento em questões políticas, religiosas, raciais ou militares, o que explica as negativas anteriores em outros casos.
Este episódio reforça as dificuldades e complexidades jurídicas e diplomáticas envolvidas em processos de cooperação internacional para cumprimento de ordens judiciais no Brasil, especialmente quando envolvem figuras políticas com atuação no exterior.