No dia 28 de abril de 2025, um apagão de grandes proporções atingiu a Península Ibérica, afetando Portugal continental, Espanha peninsular, Andorra e até o sudoeste da França. O evento teve início às 11h33 (hora de Lisboa) e provocou um colapso na rede elétrica que deixou milhões de pessoas sem energia, paralisou transportes, desligou semáforos e causou caos em aeroportos e estações de metrô.
Causas do apagão
As investigações indicam que o apagão foi causado por uma série complexa de eventos iniciados com uma queda abrupta de geração de energia em uma subestação em Granada, seguida de falhas em subestações próximas em Badajoz e Sevilha, na Espanha. Essa sequência provocou uma perda de 2,2 gigawatts de eletricidade em poucos segundos, desestabilizando a sincronização da rede elétrica ibérica e levando ao desligamento em cascata do sistema.
A ministra da Energia da Espanha, Sara Aagesen, descartou a hipótese de ataque cibernético, desequilíbrio entre oferta e demanda ou insuficiência da rede como causas do apagão. A investigação também analisa a influência das variações extremas de temperatura e a crescente participação das fontes renováveis no sistema elétrico espanhol, além do processo de desativação gradual da energia nuclear previsto até 2035.
Impactos imediatos
O apagão provocou a paralisação total do metrô, comboios e semáforos em Portugal e Espanha, além de afetar redes móveis, principalmente chamadas de voz. Hospitais recorreram a geradores de emergência para manter serviços essenciais, e o transporte público ou a operar gratuitamente em algumas cidades. Em Lisboa, o Hospital de Santa Maria suspendeu atividades programadas e ativou planos de contingência.
A rede elétrica europeia também sentiu os efeitos, com interrupções temporárias na França e relatos de instabilidade em outras regiões. A restauração do fornecimento foi gradual, levando até 10 horas para normalizar em algumas áreas, com apoio de redes vizinhas, como a sa RTE, que forneceu energia emergencial à Espanha.
Consequências e medidas adotadas
O governo espanhol declarou estado de emergência nacional e criou um comitê de crise para coordenar a resposta. O primeiro-ministro Pedro Sánchez visitou o centro de controle da rede elétrica e garantiu empenho total para identificar as causas e evitar novos incidentes.
A União Europeia iniciou uma investigação abrangente para avaliar o impacto e as causas do apagão, dada a interconexão das redes elétricas na região.
O evento expôs vulnerabilidades do sistema elétrico ibérico, especialmente diante das mudanças climáticas, da crescente participação de fontes renováveis e da complexidade da operação integrada das redes europeias. Especialistas apontam para a necessidade de investimentos em infraestrutura, modernização da rede e melhoria da gestão para garantir a segurança energética no futuro.