Lula e os Líderes Autoritários: Foto que Abala a Política Brasileira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva gerou controvérsia ao aparecer em uma foto oficial durante o desfile militar do Dia da Vitória, em 9 de maio, na Praça Vermelha, em Moscou, ao lado de líderes de regimes autoritários alinhados ao Kremlin. A imagem, divulgada pela agência russa Sputnik, repercutiu mal no Brasil e no exterior, principalmente por associar o chefe do Executivo brasileiro a governantes com históricos autoritários e violações de direitos democráticos.

Na foto, Lula aparece na primeira fila ao lado de líderes como:

  • Ibrahim Traoré, de Burkina Faso, que chegou ao poder após um golpe militar em 2022 e é o mais jovem chefe de Estado da África. Seu governo é marcado pela ruptura democrática.
  • Umaro Sissoco Embaló, da Guiné-Bissau, general e presidente desde 2020, acusado pela oposição local de autoritarismo, repressão política e violação da Constituição ao adiar eleições e dissolver o Parlamento de forma ilegal.
  • Abdel Fattah el-Sisi, do Egito, ex-general que assumiu o poder após derrubar o primeiro presidente democraticamente eleito do país em 2013. Seu governo é considerado uma ditadura, com repressão a opositores, prisões arbitrárias e censura à imprensa.
  • Emmerson Mnangagwa, do Zimbábue, sucessor de Robert Mugabe, reeleito em eleições marcadas por denúncias de fraude e favorecimento ao partido no poder, com um histórico de autoritarismo e crise econômica grave.
  • Denis Sassou Nguesso, da República do Congo, no poder há décadas, com interrupções, e conhecido por manter um regime autoritário e repressivo.

A participação de Lula neste evento, que celebra a vitória soviética sobre a Alemanha nazista, mas que hoje é usada pelo Kremlin como demonstração de força militar, foi vista como um alinhamento simbólico com regimes autoritários e uma mensagem negativa para a democracia brasileira, especialmente considerando o discurso do presidente em defesa da democracia durante sua campanha eleitoral.

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Além disso, a visita à Rússia e o encontro com Vladimir Putin foram criticados por setores da oposição e por representantes do governo ucraniano, que questionam a capacidade de Lula de mediar a paz no conflito entre Rússia e Ucrânia após essa demonstração pública de proximidade com o regime russo.

Lula, por sua vez, defendeu sua presença no evento, alegando que as críticas são uma exploração política e ressaltou a importância de homenagear um país que perdeu milhões de jovens na Segunda Guerra Mundial, afirmando que sua participação não o desabilita como mediador de paz.

Em resumo, a foto de Lula ao lado desses “vizinhos problemáticos” revela um desconforto legítimo com a postura do presidente brasileiro, que parece ignorar os riscos de se associar publicamente a líderes autoritários, colocando em xeque sua credibilidade no cenário internacional e sua coerência com os valores democráticos que prometeu defender

Via ACM

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